Maria Izabel

Desde 1996, a cachaça Maria Izabel é produzida de forma artesanal no Sítio Santo Antônio, às margens da baía de Paraty, onde a cana-de-açúcar é cultivada localmente. Sua excelência, que a posiciona entre as melhores do país, é assegurada graças à meticulosa atenção em cada etapa de produção, desde o plantio da cana até o engarrafamento da cachaça. A proprietária, Maria Izabel, desempenha um papel direto em cada processo, inclusive supervisionando a elaboração do fermento. Sua cachaça é a única em Paraty ainda produzida com fermento artesanal, seguindo uma receita tradicional da região. Outro detalhe crucial que a diferencia é o uso exclusivo da cana-de-açúcar colhida no próprio sítio ou em plantações vizinhas. A rapidez com que a cana é moída no mesmo dia em que é colhida faz uma diferença notável, contribuindo para a menor acidez entre as cachaças de Paraty. A tradição de fabricar cachaça era uma herança da família de Maria Izabel pelo lado paterno, os Costa. Documentos do século XIX comprovam que seu bisavô, Francisco Lopes da Costa, produzia e exportava cachaça em suas três fazendas, cada uma com seu alambique: Carretão, Bananal e Bom Retiro. Há registros de que a cachaça, produzida por seu bisavô Chiquinho do Carretão, foi enviada em garrafas de cristal para o rei Alberto da Bélgica durante sua visita ao Rio de Janeiro no início do século XX. Seu filho Samuel Costa, também um dos prefeitos mais influentes da história de Paraty, continuou a tradição, mas a produção foi interrompida por volta da década de 1940. Maria Izabel cresceu na fazenda do Bananal, onde a tradição da cachaça havia desaparecido após a morte de seu pai. Somente muitos anos depois, ao adquirir o Sítio Santo Antônio e começar a cultivar cana-de-açúcar, Maria Izabel decidiu retomar a tradição de sua família, seguindo os passos de seus antepassados como produtora de cachaça.